quinta-feira, 26 de abril de 2012

Em tão pouco tempo se entra na história de uma era


Gosto de desporto, gosto de futebol, gosto de quem se destaca pela positiva no mundo do futebol. Curiosamente, não gosto de escrever sobre futebol, prefiro falar. A velocidade dos dedos não consegue acompanhar a velocidade do pensamento e perco o raciocínio, busco pelas palavras mais acertadas mas elas tendem em fugir e por vezes esbarram em pormenores ortográficos. Quando falo isso não acontece e as ideias fluem naturalmente com a rapidez de um cão de corrida atrás de um coelho robótico. Contudo, para vocês, prezados leitores, vou abrir uma excepção e falar de futebol, quer dizer, vou falar de pessoas cujas vidas são escritas ao pontapé e que rolam nos verdes campos uma ou duas vezes por semana.

O mundo é feito de coincidências, de curiosidades, toda a gente tende a associar algo a alguma coisa ou alguma coisa a algo. É impossível pensar na noite sem pensar na lua ou nas estrelas, ou pensar no verão sem pensar na praia, ou pensar no Marlon Brando sem pensar no The Godfather, ou pensar nos políticos portugueses sem vir ao pensamento uma mão cheia de palavras feias. Como tal, na minha cabeça vejo dois indivíduos do futebol com uma história que se cruza em campos separados mas em percursos estupidamente parecidos. O que têm, afinal, em comum Roberto Di Matteo e Ricardo Sá Pinto? O primeiro tem 41 anos é italiano treina o Chelsea e o segundo tem 39 é português e treina o Sporting. Deixando de parte o facto de o nome próprio de ambos começar por “R”, o que seria a pior comparação de sempre, e o facto de ambos terem sido internacionais pelos seus países, vamos recuar até Fevereiro. Período conturbado tanto em Lisboa como em Londres, terminada a fase de grupos das competições europeias, Chelsea na Liga dos Campeões e Sporting na Liga Europa, com o apuramento para a fase a eliminar mas péssimos resultados nas competições nacionais e mal estar no seio do grupo. Sá Pinto foi o primeiro a assumir o comando técnico. Vindo dos juniores, sem grande experiência como treinador mas com grande historial no emblema leonino, trouxe um discurso cuidado (fruto da sua licenciatura em Comunicação, não me recordo a vertente), e sem grandes promessas. Di Matteo chegou quase três semanas depois, subiu de adjunto a treinador principal, também sem experiência enquanto treinador mas muito respeito pelos blues, onde jogou seis épocas, com um discurso calmo e sem grandes promessas.













Caladinhos e sem entrar em aventuras, estes homens experientes e muito respeitados pelos jogadores e adeptos estão perto de fazer história. O Chelsea está na final da Liga dos Campeões e o Sporting está a menos de 90 minutos da final da Liga Europa (como português espero que mostrem aos espanhóis quem manda!). Nenhuma das equipas está a jogar um futebol espectáculo de encher o olho, continuam longe dos lugares desejados nos respectivos campeonatos. Porém, existem melhorias notórias que deixam qualquer adepto satisfeito: garra e atitude, principalmente. Vieram substituir treinadores que muito prometeram e pouco fizeram e, com os mesmos jogadores, devolveram aos adeptos o prazer de vencer. Se muitos nomes vão ficar na história da época 2011/2012, estes dois não merecem ser esquecidos.

MF

terça-feira, 24 de abril de 2012

"Estar vivo é o contrário de estar morto"


Por MF

“Estar vivo é o contrário de estar morto”, disse Lili Caneças, e eu acrescento, “e vice-versa”! Para ficarmos entendidos! Lili Caneças... há quem goste, há quem não goste, há quem respeite, há quem inveje, pois a mim, passa-me ao lado. Se ela me vir na rua, duvido que me conheça, e vice-versa. No entanto, o meu objectivo neste comentário vai muito para lá de tal pessoa, prendo-me ao que ela disse, ao sentido das suas palavras, à realidade gritante de tão sólida e dura afirmação. Tanta gente se riu de tal argumento mas haverá algo mais válido que isto? É que, a meu entender, estar vivo é, efectivamente, o contrário de estar morto (e vice-versa, não vá o Diabo tecê-las). Excepto na televisão por cabo mas aí nada é o que parece, e vice-versa.

Hoje lembrei-me da, talvez, mais famosa frase proferida por esse ícone do Jet Quatr português e comecei a pensar (algo que tenho a bondade de fazer cerca de duas vezes por semana, para não esquecer de como se processa tal acção) no sentido da vida. E na minha cabeça um turbilhão de ideias e pensamentos. Ditos famosos daqueles que vemos no mural dos nossos amigos que nunca leram um livro mas que encontram na internet e colocam nas redes sociais para impressionar as raparigas. Reis e imperadores que conquistaram tudo o que queriam, cientistas à descoberta de um futuro melhor, filósofos que dedicaram a vida a tentar perceber o que era isso de felicidade eterna. Como seria de esperar, não cheguei a nenhuma conclusão, até porque ia na carreira e o motorista acordou-me do meu sonho acordado com aquela simpatia matinal, “Já chegamos ao fim da viagem”, que eu entendi como “Puto, desaparece da minha vista que ainda tenho 15 minutos para dormitar antes de me fazer novamente à estrada”.


Mal cheguei a casa meti a rodar um disco dos Gipsy Kings, muito calmo e agradável de ouvir, e, sentado no sofá com o meu cachimbo imaginário e um copo de whisky também imaginário, com gelo, debrucei-me sobre a vida, sobre o que é a vida, sobre o sentido da vida. Viver é vaguear por este mundo atrás da felicidade. Viver é respirar. Viver é acordar todos os dias com um propósito. Viver é ter objectivos a alcançar. Viver é tudo e, se a vida não for vivida, pode ser nada. Viver é lutar todos os dias para ser feliz. E, atravessado por esses sentimentos, fui aquecer o jantar, aproveitei para lavar a loiça e meti a rodar a segunda temporada de A Guerra dos Tronos. Amanhã logo vivo, hoje não me apetece, contudo, pela lógica infalível de Lili Caneças, e partindo do pressuposto que não estou morto, irei adormecer com a certeza de estar vivo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ganhar é viciante

Há algum tempo que me dedico às artes obscuras que roçam a ilegalidade. Não por culpa minha, a culpa é inteiramente da Universidade! Sim, a Universidade, aquela pela qual paguei e me atirou para o desemprego (de onde entretanto já fui resgatado), me atirou para o poker e para as apostas online! Eu era um bom rapaz quando entrei para esse antro de más influências e saí de lá viciado nesses "jogos de azar". Mas hoje, agradeço à Universidade por me ter atirado para esse mundo, "ganhei" 18 euros em menos de uma semana!

Por instantes pode parecer parva a minha felicidade momentânea, contudo, para mim (que ainda sou o principal visado nesta história e o sujeito que na realidade ganhou), estes 18 euros significam muito mais que 180 cêntimos. Há uma semana tinha 13 euros na conta e hoje, meus amigos, tenho 31! E só lá meti 20, pelo que 11 já são de lucro. Assim até gosto de matemática e de economia, a isto chama-se lucro, sucesso, luxo! São 11 euros (que até posso vir a perder numa aposta futura) que dizem claramente: "este rapaz percebe disto e fez um brilharete em adivinhar resultados". Fazendo jus à minha nova (velha) paixão, a matemática, daqui a um ano terei mais de meio milhão de cêntimos na minha conta! A riqueza espera-me, nunca mais vou trabalhar na vida. Salvo seja, pois segundo aquilo que me venderam como um ditado budista, "Descobre algo que gostas de fazer e nunca mais trabalharás na vida". É isso que eu quero, uma casa, com sala de jogos, com uma biblioteca, com um estúdio, com uma piscina, com um relvado, com uma garagem, com um Audi na garagem, com um descapotável ao lado do Audi, com um Fiat Seicento ao lado do descapotável para a esposa conduzir, uma loira escultural. Pois, meus amigos, invejem-me pois eu, vou ter isso tudo graças a estas apostas online! Até consigo prever o futuro, nem preciso de me esforçar para ganhar dinheiro, basta um clique, um suave deslizar pelo rato, um bocejar atirado ao ecrã e assisto ao vivo ao milagre da multiplicação.

No entanto, não me considero viciado no jogo. Sinto, somente, que estou a ficar viciado no prazer de ganhar. Sempre gostei disso, ganhar, vencer, triunfar, ser o melhor, chegar primeiro, subir ao topo mais alto. Nunca encaro um desafio sem a vontade de querer a vitória. Participar é bonito, oiço desde pequenino, e desde pequenino que respondo tortamente a quem me tenta incutir fair-play ou "desportivismo". Isso é para os derrotados! 

Já dizia o MF (versão gaiato) e com ele me despeço, radiante por saber que em breve serei rico:
- Participar é bonito... mas ganhar é muito mais bonito e quanto mais difícil a vitória, melhor sabe.
- Tenho mau perder? É sinal que quero sempre ganhar. Nunca me hei-de habituar a perder.
- A diferença no "foi por pouco" reside nos objectivos definidos. "Queria ganhar mas... foi por pouco" é diferente de "queria ficar a meio da tabela mas... foi por pouco".

MF

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Os benefícios da nova legislação sobre o subsídio de desemprego


Vamos no quarto mês do ano de 2012. Alguns já fizeram tanta ginástica ao orçamento mensal que são autênticos artistas de circo - agruras desta situação económica em que Portugal vive. 
São muitas as notícias desagradáveis e, muitas vezes, obsoletas, que nos pensam pelos olhos durante o dia. Nos últimos algo de mais satisfatório foi apresentado pelos meios de comunicação nacionais, de que intitularam "Alterações nos subsídios de desemprego".
Conta-se que haverão mudanças positivas no subsídio social de que tantos portugueses sobrevivem. Positivas, sublinhe-se. 

Assim sendo, haverá uma majoração para desempregados com filhos, isto é, os casais com filhos cujo rendimento é o subsídio de desemprego ou famílias monoparentais terão direito a um aumento do valor do subsídio. E esta é a medida que considero, decerto, mais justa, pois são muitos os casais portugueses que se encontram desempregados e com filhos a seu cargo e em relativo número são as famílias monoparentais, que subsistindo com um vencimento e sendo este o subsídio de desemprego, se vêem cada vez mais desprotegidas.
Um casal com filhos pode ser afectado pelo desemprego e passar a enfrentar muitas dificuldades, mas imagine um pai sozinho ou uma mãe sozinha com o mesmo número de filhos que esse casal, cuja única fonte básica de rendimento é o subsídio de desemprego.
Esta alteração já entrou em vigor, em 1 de Abril de 2012.

"A possibilidade de acumular o subsídio de desemprego com o rendimento de trabalho" esta é outra das alterações apresentadas pelo Governo. Esta alínea é mais elaborada do que se mostra, sendo que haverá legislação posterior sobre a mesma. Não me desdobro sobre tal, penso que serão impostos alguns obstáculos que, mais tarde, provarão a viabilidade desta alínea.

Continuando: "Os atuais desempregados e trabalhadores no ativo "mantêm os seus direitos" de acesso ao subsídio de desemprego, apesar da aprovação de novas regras. O ministro da Solidariedade e da Segurança Social acrescentou, como exemplo, que "se um trabalhador de 40 anos tiver neste momento direito a 24 meses de subsídio de desemprego, com a aprovação das novas regras vai manter esses mesmos 24 meses, não vai é ver os seus direitos a crescerem nos termos da anterior lei". Assim sendo, uma fatia de desempregados irá manter o seu direito ao subsídio de desemprego durante 24 meses. É justo, pois caso tal não se aplicasse, quem iniciou a sua situação de desempregado albergado pela legislação anterior iria ser prejudicado pela nova legislação e só teria direito a 18 meses.

Sem esquecer: "O Decreto-Lei n.º 65/2012 do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social hoje publicado em Diário da República veio estabelecer o regime jurídico de proteção social na eventualidade de desemprego dos trabalhadores que se encontrem enquadrados no regime dos trabalhadores independentes e que prestam serviços maioritariamente a uma entidade contratante. As alterações hoje publicadas começarão a produzir efeitos a partir de 1 de julho de 2012.", isto significa que trabalhadores a recibos verdes poderão passar a receber o subsídio de desemprego, caso estejam de acordo com o regulamento estipulado. Em http://economiafinancas.com/2012/03/decreto-lei-n-o-652012-novo-regime-de-protecao-de-alguns-trabalhadores-independentes-em-caso-de-desemprego/ é possível esclarecer qual o preâmbulo em que esta alínea foi colocada e verificar se tem as condições necessárias para passar a receber este subsídio, como trabalhador independente.
Acredito que um considerável grupo de portugueses terá "celebrado" ao saber desta notícia. A verdade é que os trabalhadores a recibos verdes são cada vez mais e, cada vez mais, têm menos direitos. O facto de ser elaborado uma alínea desta conformidade sobre o subsídio de desemprego leva-me a dizer que há sentido de humanidade afinal, apesar de todos os pontos que esta alínea tem e que ainda não fará muitos satisfeitos.


As alterações são mais alargadas. Em análise estão somente as que considero mais relevantes e mais urgentes. É necessário que se divulgue e que se conheça estas novas alterações, para que toda a população conheça os seus direitos em relação ao subsídio de desemprego.
É necessário criar, cada vez mais, uma sociedade que integre os mais desfavorecidos, os grupos que agora têm dificuldades económicas, os jovens saídos da universidade. É necessário que se não se perca o espírito de iniciativa, a motivação para trabalhar, mas também que se lute para sobreviver com os recursos disponíveis.

FM

terça-feira, 3 de abril de 2012

Em Lisboa não há disso

Resido em Lisboa, a maior cidade deste país, grandes edifícios, grandes estradas, montes de alcatrão e mais montes de betão rodeados de montes de calçada. Para quem nasceu no meio do campo, como eu, não há vista mais feia que uma grande cidade. Independentemente das várias vantagens e ofertas da cidade, em termos de vista e satisfação - feliz de quem vive no meio do mato!


Orgulhoso de onde nasci. Como gosto do campo, da natureza, das árvores, do piar dos pardais, do barulho da água da ribeira a correr em direcção ao oceano, do ladrar dos cães na vizinhança em noite de lua cheia. E quando um barulho mecânico quer irromper na calmaria do vazio, faz-se uma festa, vem aí a carreira das 10h30 para levar a população à praça do peixe e à casa do povo para levantar a reforma. Os autocarros nunca lá passam, isso é artimanha citadina. Só aqui passa um expresso, uma ou duas vezes por dia e demora uma eternidade a chegar a essa tal cidade grande que apelidam de Lisboa. Lá ainda se joga à batota num barracão à sombra, ainda se vende peixe pescado no mar longe dos viveiros, ainda se oferece uma saca de maçãs quando um vizinho ajuda na lavoura, ainda é possível trocar uma saca de batatas por uma charrua - longe da vista dos mais novos, a malta jovem só quer saber do papel, e se tiverem fome, comem papel? Lá toda a gente se conhece, todos se cumprimentam na rua e o banqueiro vai ao mesmo café que o sucateiro sem vergonha de lhe apertar a mão e relembrar as tardes em que fugiam da atenção dos avôs para ir atirar pedras aos sapos e correr à volta da barragem ou das tardes em que insistiam em pegar no sacho para ajudar os velhotes a cavar uma leira para plantar batatas e cujo resultado era um banho na ribeira. Em Lisboa não há disso!



O meu castelo está todo partido, de certeza que a autarquia gostava de o restaurar e pôr todo bonito e pimpão para turista ver mas não há fundos e o governo atrasa-se a pagar o que deve. Porém, continuo a adorar aquele castelo que se impõe no alto da colina, de onde os portugueses expulsaram os mouros numa das mais bonitas estratégias militares que já ouvi. Hoje em dia há videojogos cheios de tácticas e filmes medievais com batalhas fantásticas. Pobres coitados, não conhecem uma história a sério, a forma magnífica como os soldados de D. Sancho II subiram a colina camuflados no meio da vegetação apanhando o inimigo desprevenido. "As moitas estão a mexer-se, avó", ainda avisou uma menina mas ninguém ligou e o castelo caiu nessa noite às mãos dos bravos lusitanos. Disto não há na televisão!


Eu próprio, penso na minha terra e tenho vergonha de estar em Lisboa. Sou vítima daquilo que critico, o capitalismo, o consumismo, o elitismo, a rotina e a azáfama de morar numa terra de tanta gente e de ninguém. Foi escolha minha, alimentada por sonhos e objectivos concretos mas todos os dias penso na bonita vista sobre a várzea, lembro-me da minha "avó" falar da monda do arroz e das vindimas, lembro-me do sabor a comida cozinhada no "fogão de lenha", lembro-me das papas de milho nas noites geladas. Estou saudosista. Esta Páscoa não me livro de jogar o dente ao sabor das velhas panelas todas tisnadas. Nem pensem em dar-me comida de supermercado, que eu esta semana quero tudo do melhor.


MF

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Afinal os jovens portugueses não deprimem com a falta de emprego

Em Portugal o desemprego cresce de dia para dia. No final do mês passado foi atingido um número recorde com 15% dos portugueses inscritos na segurança social a reclamar por subsídio de desemprego.

Desse valor, cerca de 217 mil pessoas estão abaixo dos 34 anos, um valor bastante considerável se tivermos em conta que esta é uma faixa etária com mais formação do que as anteriores. Seria de esperar que uma geração tão jovem, com formação superior e sem grandes perspectivas de futuro no nosso país estivesse descontente, receosa e deprimida em relação ao que podem esperar profissionalmente. O sintoma de depressão associa-se muito facilmente a pessoas que vivem em países com graves crises económicas que têm de enfrentar o desemprego e a falta de possibilidades para fazer face às suas despesas. Um exemplo deste estado depressivo associado ao desemprego é o que se tem passado recentemente na Grécia, pois várias pessoas recorreram já ao suicídio para combater a depressão provocada pela falta de emprego.

Contudo, Portugal contraria todas as expectativas e esta geração mais jovem não se mostra deprimida perante a difícil situação que tem de enfrentar. Uma sociedade em que todos os adultos activos tenham emprego garantido no mercado de trabalho é já irreal e os jovens são cada vez mais realistas e sabem o que enfrentam quando acabam os cursos superiores. Cada vez há menos oportunidades, e as pessoas estão conscientes disso mesmo. E em vez de estados depressivos, os portugueses demonstram um espírito lutador e de quem quer lutar contra o desemprego e contra a crise. Os portugueses viram-se obrigados a terem de se destacar para serem diferentes e para conseguirem arranjar trabalho, o que originou pessoas mais criativas, flexíveis, e que não estão apenas focadas numa área.

Os portugueses evoluíram, cresceram e adaptaram-se, e com todas as dificuldades que esta geração jovem tem de enfrentar criámos pessoas com excesso de formação, criativas e com vontade de provar que merecem estar activas profissionalmente. É pena que não tenhamos empresas em Portugal prontas para investir nesta geração, porque o mais certo é perdermos para o estrangeiro excelentes profissionais que poderiam ajudar o nosso país a recuperar.

Por: NS

sexta-feira, 30 de março de 2012

Adeus universidade, Olá mercado de trabalho


Toda a gente sabe como o mercado para os recém-licenciados está nesta em Portugal, e por isso, posso dizer que chegar aos 22 anos e estar numa empresa que tem tudo a ver comigo não podia ser melhor.

E com o que vou dizer a seguir toda a gente me vai querer crucificar… mas é verdade é que eu tenho 22 anos (quase 23 vá…) o que significa uma coisa muito simples: todos os dias tenho de provar o meu valor, e todos os dias quando chego a casa do escritório estou estoirada e só me apetece atirar-me para cima da cama e ficar lá até ao dia seguinte. Ou seja, não tenho a vida que todos os jovens de 22 anos têm. O dia é variado entre casa e escritório, chegar a casa fazer jantar e almoço para o dia seguinte, e quando isto tudo acaba já estou cheia de sono outra vez. Há um ano andava na universidade, sem horários, sem muitas responsabilidades, acordava às horas que me apetecia, ir sair à noite durante a semana. Mas mais uma vez se prova que os portugueses nunca estão satisfeitos.

Agora aprendi a ser responsável, e sinceramente não tenho saudades da vida que tive antes nem me arrependo das escolhas que fiz, mas ficamos sempre a pensar que aquele mundo que tínhamos acabou. E agora chega a Semana Académica, vamos dois ou três e apercebemo-nos que realmente já não pertencemos ali, e que tudo o que nos acontece tem o seu momento próprio e que cada período da nossa vida deve ser aproveitado ao máximo. Aproveitei a universidade, mas não me imagino continuar a fazer vida de universitário depois de tudo acabar.

Às coisas são para ser vividas no momento certo e com as pessoas certas, e essas continuam sempre lá e quando lá voltar os dois ou três dias sei que as vou reencontrar, e que vamos voltar a ter a mesma cumplicidade que tínhamos há um ano, mas os momentos nunca voltarão a ser os mesmos.

Por: NS